Wesley é para o presente, futuro, não apenas, passado
Joretta
Purdue*
*Purdue é correspondente da United Methodist News Service em Washington.
John
Wesley nasceu há 300 anos atrás, mas seu legado vive, no século XXI, de acordo
com os presentes, na Convenção Histórica, oferecendo uma variedade de pontos de
vista sobre a Fundação do Metodismo. Os escritos de Wesley falam para as
pessoas modernas, especialmente, seus pensamentos sobre a fé e o pobre, afirmou Rev. Justo L. Gonzalez, educador e autor de mais
de 75 livros.
"As
leituras de Wesley, do século XXI, devem ser uma leitura global", Gonzalez
disse, aos participantes que atenderam a 50a. Convenção Histórica da
United Methodist Church, em 14 e 17 de Agosto. A convocação, mantida, a
cada quatro anos, ofereceu uma variedade de perspectivas sobre Wesley, um
sacerdote Anglicano que pretendeu renovar a igreja, não encontrando o que,
eventualmente, tornar-se-ia denominações diversas. Gonzalez explicou que o as
leituras do século XX de Wesley refletiram o ponto de vista Metodista americano
ou britânico, embora a teologia Wesleyana tenha se espalhado, mais e
amplamente.
"Hoje,
o Chile tem 5 milhões de Wesleyanos, numa região de 15 milhões de
pessoas", disse Gonzalez. No Brasil, quase 80 milhões dos seus 150 milhões
de pessoas têm a religião Wesleyana como herança. "O movimento tornou-se
mais policêntrico, do que nunca tinha sido", Gonzalez observou. Embora o
Metodismo norte-americano ainda tenha a maioria dos recursos da igreja, ele
afirmou que os centros de Metodismo dos Estados Unidos já não mais coincidem
com os centros de movimento. Ele afirma que espera ver o Metodismo americano
alimentado por esses outros centros no futuro.
Gonzalez
tem sido uma mão, nessa mudança. Como editor de 14O. Volume das "Obras
de Wesley", na língua espanhola, publicados, em 1996-98, ele não
esperava o interesse que ele viu, ao longo de toda a América Latina, ele disse.
"O Wesley Metodista Americano será substituído pelo Wesley
global", Gonzalez predisse, "e esse Wesley irá dar respostas
surpreendentes", através da conexão, entre as suas obras e as
experiências de vida dos leitores do século XXI.
"O
Wesley global tinha interesse na cultura e religiosidade espanhola, e mesmo em
alguns eventos, na América Latina, que foram muito além dos missionários que
vieram depois dele", Gonzalez afirmou. Ele notou que Wesley tinha
interesses amplos, para um homem do seu tempo, lendo e escrevendo sobre
eletricidade, assuntos médicos, e eventos fora da Inglaterra. Ele escreveu
contra a escravidão, e contra a independência americana. Wesley é responsável
pela liderança doutrinária e teológica, tanto quanto promovendo as linhas duais
de trabalhos de devoção e misericórdia, notou Charles Yrigoyen Jr., diretor da
Comissão sobre Arquivos e História da United Methodist. Wesley moldou a
estrutura da igreja, instituindo a Conferência Anual, criando o ofício de
superintendente (agora bispo), designando o mistério itinerante de nosso clero
e projetando o conceito de conexão. Gonzalez explicou que para Wesley, a
essência da liberdade não era o direito para a representação, mas o direito aos
frutos dos próprios trabalhos de alguém.
Seu
entendimento da graça preventiva foi muito democrático e igualitário,
mas sua doutrina de Deus era hierárquica, Gonzalez acrescentou, citando outras
autoridades. "Deus ainda está ativo, na tradição Wesleyana", Gonzalez
afirmou. "Nela, Deus ainda está fazendo um trabalho grande e
extraordinário!". Essa afirmação, ele disse, explica porque Wesley está
agora sendo lido por não-cristãos e pessoas que não são da raça branca, em
todas as partes do mundo. "Muitas pessoas estão convencidas de que Deus
está trabalhando no mundo, e elas precisam comunicar que acreditam" — ele
disse.
"A
fé começa com o que Deus está fazendo. Nossa responsabilidade é confiar" —
diz Rev. Randy L. Maddox, Paul T. Walls, professor da Wesleyan Theology em
Seattle Pacific University. Maddox reafirmou a ênfase de Wesley na salvação
como um todo. Wesley entendeu que Deus trata com indivíduos de diferentes maneiras.
Ele sentiu que o pensamento racional e a experiência do amor de Deus foram
reunidos na salvação, que alguém sentiu perdão, tanto quanto transformação
espiritual ou cura, Maddox explicou. Ao experimentar o amor de Deus, Wesley
acreditou que o cristão estava livre para amar toda a humanidade.
Ele
escreveu que o "Cristianismo é a religião social" que não poderia
existir, sem seus membros viverem e conversarem com as outras pessoas, disse
Maddox. Ele acrescentou, que Wesley acreditava que a salvação não era apenas
para a alma, mas para o corpo, assim como, para a sociedade e toda a criação.
"Wesley estava convencido de que todos nós precisamos de apoio e
responsabilidade", disse Maddox, observando que Wesley inventou a classe
de pequeno-grupo que se encontrava, como um esforço contínuo para satisfazer
esta necessidade. Salvação era importante, não apenas, na vida eterna, mas, em
como alguém viveu aqui e agora, Maddox refletiu. Wesley acreditou que os
"trabalhos de misericórdia eram essenciais para um crescimento equilibrado
na semelhança de Deus", disse Maddox.
Rev.
Richard P. Heitzenrater, editor geral das "Obras de John Wesley", é
creditado como tendo decifrado o código ou estenografia que Wesley usou em seu
"Jornal e Diário". Falando sobre: "O Ilusivo Sr.
Wesley", o Duque e professor Universitário da história da
igreja e estudos Wesleyanos advertiu: "Nós
amamos persistir em um erro", mantendo nossos mitos e lendas. "Artistas têm dado a ele um olhar
equivocado", Heitzenrater, disse, "e
os escritores têm dito e escrito declarações que ele não fez, e ele é reportado
como tendo tomado atitudes, e tem hospedado pensamentos e coisas, que ele não
fez. Procure pelo Sr. Wesley, em seus próprios escritos, antes de confiar nas
construções literárias de seus biógrafos", aconselha Heitzenrater. "Nunca pense que você tem Wesley em
sua mente". Heitzenrater, que fala de
Wesley, no tempo presente, disse que Wesley vive constantemente na presença de
Deus "Ele tem um desejo inato de ser um cristão".
Rev.
S T Kimbrough Jr. considera John Wesley iluminado, em comparação e contraste,
com seu irmão Charles, como revelado, em notas do editorial inédito de John
Wesley sobre os dois volumes das poesias de Charles. Embora Charles desses seus
manuscritos, freqüentemente, para John editar, John tinha acesso a esse
trabalho apenas depois de ele ter sido publicado. "Charles poderia viver
com a linguagem da contradição, mais do que John estava aparentemente preparado
a fazer", Kimbrough observou. Para Charles, Deus "é igualmente
ocultado e revelado" e a presença e ausência de Deus permanece na tensão
criativa. Aquilo que John apagou ou substituiu indica que ele estava preocupado
com a linguagem que ele não entendeu, Kimbrough disse. Em diversos lugares,
John quis substituir a palavra "pecado" por "ego", e em
outros, a palavra "ira", por "ego", mas isso iria mudar o
significado, Kimbrough situa. John também quis mudar duas referências da graça
"infundada" para "ilimitada", mas Charles estava tentando
dizer que o amor mostrado na criação era a obra de Deus, não iniciada por seres
humanos. A diferente nuance teria mudado grandemente o que Charles pretendeu,
Kimbrough acrescentou. Ainda assim, Kimbrough disse, John e Charles foram
igualmente integrais para o desenvolvimento do Metodismo. Eles compartilharam
convicções, em um cometimento profundo para a vida de oração e serviço para o
pobre, e eles ofereceram aos Metodistas, ao longo dos séculos, uma habilidade
de "cantar a fé" e fortalecer-se nela.
As
convocações matutinas dominicais dos serviços de adoração eram uma celebração
da Ceia do Senhor, tirada do "Serviço Dominical dos Metodistas na
América do Norte", escrita por John Wesley para os residentes,
recentemente livres, dos Estados Unidos. Em 1784, Wesley enviou o serviço,
junto com um cálice de prata para essa região, para ser usada todos os
domingos. Esse serviço e cálice foram usados, no serviço de 17 de Agosto, pelos
participantes da convocação. Rev. Heather Murray Elkins adaptou o serviço para
o uso contemporâneo e pregou. Carlton R. Young, editor dos hinos da igreja,
providenciou a música e o Rev. ST Kimbrough Jr. foi o maestro.
Patrocinadores
para a convocação incluíram a Comissão, a Sociedade Histórica da Igreja
Metodista Unida; Drew University’s Theological School, biblioteca e Bell
Scholarship Fund; Comissão de Jurisdição nordeste sobre os arquivos e História;
North American Section, Sociedade Histórica Mundial Metodista; A Sociedade
Charles Wesley; e Conselho Mundial Metodista.
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